segunda-feira, 8 de outubro de 2012
No limite.
Ou é experiência sexual prematura ou rebeldia
adolescente ou tesão reprimido. Não
estou estabelecendo padrões, que fique claro. Avaliações que faço do passado,
não tardio. Relacionar, por razão ou medo. Ambiguidades clichês para um corpo,
que apesar de novo, não se basta em pé.
A Luz do dia incomoda aqueles que não decidiu agir na vida e sabem que
nas noites o desejo e o corpo são mais soltos.
Então o cinzeiro tem pouco espaço para angustia em tempos de
decisão. Deixa-me explicar: sou libriano e uso deste argumento até que
alguém me convença que existe apenas uma
realidade. Acho um pouco tarde, pois penso em não preocupar com os outros da
maneira mais amável, quando minha carne é um espetáculo
quarta-feira, 6 de junho de 2012
Tango argentino
Tosse, tosse, tosse.
- Desculpa-me caro amigo, mas este poema já tem dono e não adianta tentar o pneumotórax.
E o que eu tinha por poesia a me acompanhar em cada cigarro se acabou. Dor.
- Desculpa-me caro amigo, mas este poema já tem dono e não adianta tentar o pneumotórax.
E o que eu tinha por poesia a me acompanhar em cada cigarro se acabou. Dor.
sábado, 26 de maio de 2012
Ultimo.
Meu bem, desculpe-me por lhe acordar desta forma, é que hoje não dormi. Passei horas em mim, bem dentro, sem mover, um tanto quanto morto e nunca tão vivo. Suas palavras ressoavam em minha memoria e por vezes se contorciam, parecia uma vontade sua de gritar verdades, então quando falaríamos sobre o que tivemos? Mas eu ouvi e gritei. Gritei e as palavras não saiam pela boca, voltavam, e me sufocasse e me enchia. Encontrei-me preenchido por algo e era bom, mesmo sendo dor. Não fale nada, já te ouvi de mais por esta noite, quem sabe por esta vida. E mais tarde veio luz, estava preenchido de mim, e era isso: eu, minhas inquietações, meu sonhos, minhas histórias, parentes e amigos. Nada, nada eu tinha haver com o seus sonhos. Não sou eloquente, megalomaníaco ou minimalista para um futuro tão bem planejado quanto o seu. Se eu pudesse te dar um conselho, como forma de presente se este for considerado assim: seja livre. Não lhe digo para ser cruel com o mundo ou viver de pecados, desejo que fume sem medo, que beba sem pensar na ressaca, que ande sem rumo em alta velocidade, que leia o que tiver vontade, que ame sem pensar no depois, que vomite arte. Sei que não se acha bom nisto, mas é arte, lembra?
Poderia lhe desejar conhecer alguém, bem por dentro, mas não vou. Não é ciúme, este eu disfarço muito bem, é você. Porque antes que seja tarde inevitavelmente é por bem entendermos que as pessoas não são perfeitas e que são elas, com suas fraquezas, que constroem relacionamentos. Desejo-lhe você, que se encontre e se desvie, que se deseje vivo a cada instante.
Por fim, nos fomos água demais para pouca passagem, ponto final.
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